Estante
Eu acho que no fim das contas, eu sempre amei as possibilidades mais que as realidades. E me escondi no meio delas, tanto e com tanta intensidade, que muitas vezes me perdi. Mas tambem me achei. Talvez só por hoje. Mas por hoje, achei algum equilíbrio. E se eu acreditar o suficiente nas outras possibilidades que vejo à minha frente, talvez eu ache alguma realidade que está guardada para mim, esperando para vir à tona.
Na outra noite eu sonhei com quem me machucou muito. Nos olhávamos olhos nos olhos, concordávamos num determinado assunto e mão na mão, percebemos que era isso, que o que contava era que olhávamos na mesma direção, da mesma perspectiva e com as mesmas conclusões, ainda que depois daquilo, não nos olhássemos jamais. Se os olhos são as janelas da alma, e se lançamos os nossos olhares na mesma direção, então as nossas almas estiveram juntas, naquele instante, e isso é o que conta. O que vier depois faz parte de outra estória. E estórias não precisam ser sempre vividas. Às vezes, basta colecioná-las, mantê-las à vista para serem relidas, consultadas, folheadas, mas não para serem vividas. Como os livros na estante.
Na outra noite eu sonhei com quem me machucou muito. Nos olhávamos olhos nos olhos, concordávamos num determinado assunto e mão na mão, percebemos que era isso, que o que contava era que olhávamos na mesma direção, da mesma perspectiva e com as mesmas conclusões, ainda que depois daquilo, não nos olhássemos jamais. Se os olhos são as janelas da alma, e se lançamos os nossos olhares na mesma direção, então as nossas almas estiveram juntas, naquele instante, e isso é o que conta. O que vier depois faz parte de outra estória. E estórias não precisam ser sempre vividas. Às vezes, basta colecioná-las, mantê-las à vista para serem relidas, consultadas, folheadas, mas não para serem vividas. Como os livros na estante.