domingo, fevereiro 14, 2010

O começo do fim


Toda história tem um começo, um meio e um fim. Em algumas hitórias, o começo é a melhor parte. As borboletas no estômago, a ânsia da espera pelo próximo telefonema, o próximo encontro...

Em outras histórias, mais raras, o meio é a parte que mais interessa. A familiaridade dos gestos, o entendimento em olhares, a cumplicidade selada com gargalhas e balés noturnos, quando os corpos se comunicam através do toque. Não há mais ânsia, mas há a expectativa do meio dia, quando um almoço orquestrado a quatro mãos e quinze minutos de conversas banais dão a força necessária para terminar o dia, a semana, o mês. Os sorrisos do olhar que te levam para onde você precisa ir.

Poucas histórias têm no fim o seu apse. As grandes tragédias das óperas, em que os amantes se deixam morrer de tanto amor. E as histórias de amores tortos, incompletos, desesperados. Não é o caso dessa hitória.

O fim em si só pode conter um começo, um meio e o ato final, quando todas as luzes se apagam e os protagonistas têm a certeza de que nenhum outro ato trará novamente as luzes a esse palco. Reconhecer e aceitar o começo do fim é definitivamente a parte mais dura.

The things I have always wanted and never asked for, those are the ones I will miss the most. But I guess we, just like in the movie, we will always have Paris... At least I know I will, and I will be back there someday, to make sure the tree still stands there, like we were supposed to.
© 2006 Neurótica