sexta-feira, abril 10, 2009

Que saudade eu tenho da Bahia...

Da Bahia, do Paraná, da mãezinha, da irmãzona, da amiguinha, da cachorrinha, do bondinho (aquele da rua XV...). Saudade do Porto, do acarajé, da costela assada na esquina de casa. Saudade da casa... das estrelinhas no jardim, dos jogos de espião. Saudade da infância, dos primos que eram amigos, e que jamais o serão novamente. Saudade do colégio, da inocência, da malandragem, dos bombons da Carine. Saudade das rodas de truco, saudade das viagens de última hora, daquele fusquinha amarelo. Saudade daqueles docinhos de leite e de amendoim do bar da esquina, saudade até do bar da esquina. Saudade de ser leve, de não ter saudade, de não ter tormentos.

Mas a saudade é parte integrante e fundamental do estilo de vida que eu escolhi. Eu fujo dos braços dos meus problemas e corro em direção aos braços das minhas saudades.

E saudade não é só ruim. É prova de se reconhece as coisas e os prazeres pequenos da vida, como a dureza de quem tinha que dividir uma fatia de torta depois do almoço no La Violetà, ou a volta que se dava no cobrador do ônibus pra não ter que pagar a passagem na volta da praia, afinal de contas, subir a Princesa Isabel depois de um dia de praia é pra matar qualquer um...

Saudade é coisa doída, e há a saudade até do que não foi. Mas saudade é bom. Significa que eu fui feliz. E que ainda sou, porque com certeza eu ainda vou sentir saudade dos dias de hoje. A saudade faz parte do meu show, e o show nunca pode parar.
© 2006 Neurótica