segunda-feira, novembro 24, 2008

O começo do fim

Lágrimas por ningém, só porque é triste o fim, outro amor se acabou...

Mas é mais triste ainda quando se sabe que o amor está lá. Mas eu olhava nos olhos dele e via um vazio muito grande. Os meus olhos, eu sei, são como os de Capitu. E naquele instante eu quis mesmo que a ressaca o arrebatasse, e que ele se perdesse ali, em mim.

Me sinto tão só, e dizem que a solidão até que me cai bem.

Tudo muda então. As viagens, os roteiros, as brincadeiras. Londres, acho que não. Agora posso ir a Paris, sozinha fica mais fácil. O Louvre... Salvator Rosa, o beijo do cupido... Eu posso me perder por lá. Agora eu posso curtir mais o meu amigo em Madrid, eu posso curtir mais a minha sobrinha. Eu vou curtir mais a minha lindinha no Thanksgiving, sem ter que dividir minha atencao. Mas eu também tenho que não pensar nele. E não tem como.

Sempre rola aquela cena de filme. A mocinha se descabelando de chorar e coisa e tal. Mas acho que o Prozac corta um pouco da graça da coisa toda. Você chora uns minutos e depois lembra que a vida continua e tudo continua a mesma coisa. Volta pro trabalho.

E eu sou tão burra. Eu chorei. Solucei na frente dele, não deveria. Mas naquele abraço, eu queria sentir aquilo pra sempre, eu não queria mais me separar dele, nunca, nunca. Eu o apertei tão forte, que eu fiquei sem forças. E aí o ar me falta, as mão começam a formigar e eu acho que eu vou perder os sentidos.

Não sei, pode ser o fim do começo. Pode ser que depois, bem depois que a poeira baixar, as coisas não voltem aos seus devidos lugares, mas que elas passem a estar em seus devidos lugares. Ele parecia tão perdido quanto eu, tentando disfarçar. Homem adora disfarçar o "distress" dos momentos. E o vazio dos olhos deles talvez significasse o vazio onde ele ficou, o vácuo.

Eu não sei o que ele fez comigo. Eu quero achar que é minha culpa, deixar me envolver a esse ponto com um menino como ele. Não sei. Mas perdir a chave de volta, machucou tão fundo... O meu bebê, o meu neném.

A pior coisa nesse tipo de momento é ouvir, vai passar, fica assim não. Eu sei que vai passar e eu quero ficar assim, é um direito meu. Então eu peço aos meus amigos daqui, a quem eu abro as portas da minha casa e do meu coração, que não me deixem comentários do tipo. Não deixe comentário nenhum, esse post não requer e nem aceita comentários. Esse post é como eu estou hoje. Quer apenas ser.
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