segunda-feira, outubro 15, 2007

Se eu quiser falar com Deus

E se Ele quiser falar comigo...

Há muito tempo eu não à Igreja. E não é por falta de fé não. Pelo contrário. Minha fé é hoje mais forte que em qualquer outro tempo. Eu acredito que nas Igrejas as pessoas se preocupam tanto em observar o próximo e em tentar ser tão "bom" quanto, ter um testemunho tão tocante quanto os outros, que se esquecem do que realmente importa. Por isso eu talvez seja mais feliz, mais forte e mais próxima de Deus hoje em dia.

Na Igreja eu aprendi algumas lições muito importantes, que eu levo pela vida afora. Uma das principais, sem dúvida é que diz que todas as minhas escolhas acarretam consequências e que eu sou responsável por essas consequências. E sempre me orgulhei muito em não fugir de quaisquer consequências dos meus atos.

É um conhecimento comum a qualquer pessoa que acredita em uma força superior que criou e que rege o Universo, que essa força é onisciente e que sabe o que é melhor para a sua criação e suas criaturas.

Durante algum tempo eu lutei contra os desígnios do Deus. Eu queria ir para a esquerda, Ele me dizia que a direita era melhor, eu ia pela esquerda de qualquer maniera. Sofri muito, perdi muito, mas aprendi. Não me arrependo dos meus erros porque eles são parte do que eu sou. Mas depois de quebrar a cara algumas vezes, entendi que eu não sei nada, e que por mais que o caminho seja sinuoso e que eu não consiga ver o que vem depois da curva, vale a pena seguir, porque Deus não quer nada além da minha felicidade. Então esse fim de semana, depois de quase, mas quase mesmo, depois de quase fazer as malas pra partir pra uma estrada mais reta, onde eu pudesse ver o que vem à minha frente, eu decidi ficar. Porque eu não posso mais fugir da minha vida e nem do meu destino. Eu não vim tão longe pra perder a viagem. E eu sei que tem um pote, senão de ouro, pelo menos de mel, ou de chocolate, no fim do arco íris. Então que venham as tempestades, porque eu finquei o meu pé e daqui não saio, daqui ninguém me tira.

Eu sei que vai ser difícil demais, eu ainda vou chorar muito, desejar muito estar n'outras terras. E cada vez que eu olhar para trás, eu vou lembrar de como a vida era boa e eu não sabia. Mas se nós não nos dermos conta de que essa vida é boa agora, vamos viver não sabendo, olhando para trás e tropeçando.

As pedras estão aí bem no meio do caminho. É preciso olhar e caminhar para frente, desviando das pedras e montanhas. Porque quem anda para trás é caranguejo, e quem olha para trás, vira estátua de sal.
© 2006 Neurótica