Fatalidade? Meu cú! Ou nem isso...
Pois é, eu poderia culpar a fatalidade pelo fato de ter tido minha bunda exposta em praça pública, mas não foi não. Foi falta de atenção.
Eu estive lendo as conclusões da CPI que investigou o acidente com o avião da Gol e me veio à cabeça algo que não é novidade prá ninguém: acidentes como esse não acontecem do nada e nem acontecem por causa só disso ou só daquilo. É uma conjunção de fatores. E o problema de sempre, é aquele velho hábito podre do ser humano de apontar o dedo prá alguém, quem quer que seja, porque a culpa nunca é minha!
No caso da Gol, um controlador não foi claro quanto às instruções de vôo. Os pilotos não atentaram ao (des)ligamento do transpoder. Outros controladores não repararam nas irregularidades registradas no radar. Resultado: 154 pessoas, mães, filhas, maridos, filhos, amigas, amantes, confidentes, companheiros, avôs, vidas.
Na tragédia dessa semana, após as investigações, irão descobrir que a pista estava irregular aliada a uma falha mecânica, ou a uma falha do piloto, e mais uma vez vamos pra estória do, é, mas a culpa não é minha. Se ele tivesse feito a parte dele.
A culpa não foi dos pilotos americanos, se os controladores tivessem prestado mais atenção... A culpa não foi dos controladores, se eles não estivessem sobrecarregados... A culpa não é da aeronáutica, se o transponder estivesse ligado...
Daqui a uns meses, a culpa não será da Infrearo e sua usura em entregar a pista pronta, se o piloto não tivesse acelerado... A culpa não é do piloto, se a pista fosse mais longa... A culpa não é do mecânico, se a pista tivesse grooving... A culpa não é da Airbus, se o avião tivesse sido inspecionado... E por aí vai.
No meu primeiro emprego eu aprendi a importância de fazer a sua parte e a parte do outro num trabalho. Contar que o outro fez o que deveria, não vale de nada. O consumidor final não quer ver trabalho meio feito, serviço meio entregue. Faça a sua parte e preste atenção no que o outro está fazendo ou deixando de fazer. Eu fui acusada outro dia de ser pessimista, ou até pior, negativista, porque eu estava levantando todas as piores possibilidades num caso de uma amiga minha. Se ela não se preparar para o pior e insistir em viver nesse estúpido mundo de Poliana, quando um problema bater à sua porta, não será mais um problema, será um desastre, porque não há estrutura alguma montada para esses casos. Por isso à vezes bonitinho reclama de eu ser devagar no trânsito, porque eu estou sempre antecipando as palhaçadas que alguém pode vir a fazer. E eu mesma não estou livre de fazer palhaçadas, como já fiz. E ainda bem que alguém estava sobrealerta nesse dia.
Errar é parte na natureza humana, um dia todo mundo erra. Mas nos dias em que não estamos errando, porque não prestar atenção dobrada, pra compensar aqueles que por algum motivo, estão errando. E quando estivermos achando que merecemos um dia de relaxamento, vamos pensar que talvez porque todo mundo pensou isso ao mesmo tempo, centenas de pessoas foram para a cama sozinhas, sem um beijo de boa noite, sem uma história de dormir ou sem uma mensagem dizendo o quanto eram amadas.
Eu estive lendo as conclusões da CPI que investigou o acidente com o avião da Gol e me veio à cabeça algo que não é novidade prá ninguém: acidentes como esse não acontecem do nada e nem acontecem por causa só disso ou só daquilo. É uma conjunção de fatores. E o problema de sempre, é aquele velho hábito podre do ser humano de apontar o dedo prá alguém, quem quer que seja, porque a culpa nunca é minha!
No caso da Gol, um controlador não foi claro quanto às instruções de vôo. Os pilotos não atentaram ao (des)ligamento do transpoder. Outros controladores não repararam nas irregularidades registradas no radar. Resultado: 154 pessoas, mães, filhas, maridos, filhos, amigas, amantes, confidentes, companheiros, avôs, vidas.
Na tragédia dessa semana, após as investigações, irão descobrir que a pista estava irregular aliada a uma falha mecânica, ou a uma falha do piloto, e mais uma vez vamos pra estória do, é, mas a culpa não é minha. Se ele tivesse feito a parte dele.
A culpa não foi dos pilotos americanos, se os controladores tivessem prestado mais atenção... A culpa não foi dos controladores, se eles não estivessem sobrecarregados... A culpa não é da aeronáutica, se o transponder estivesse ligado...
Daqui a uns meses, a culpa não será da Infrearo e sua usura em entregar a pista pronta, se o piloto não tivesse acelerado... A culpa não é do piloto, se a pista fosse mais longa... A culpa não é do mecânico, se a pista tivesse grooving... A culpa não é da Airbus, se o avião tivesse sido inspecionado... E por aí vai.
No meu primeiro emprego eu aprendi a importância de fazer a sua parte e a parte do outro num trabalho. Contar que o outro fez o que deveria, não vale de nada. O consumidor final não quer ver trabalho meio feito, serviço meio entregue. Faça a sua parte e preste atenção no que o outro está fazendo ou deixando de fazer. Eu fui acusada outro dia de ser pessimista, ou até pior, negativista, porque eu estava levantando todas as piores possibilidades num caso de uma amiga minha. Se ela não se preparar para o pior e insistir em viver nesse estúpido mundo de Poliana, quando um problema bater à sua porta, não será mais um problema, será um desastre, porque não há estrutura alguma montada para esses casos. Por isso à vezes bonitinho reclama de eu ser devagar no trânsito, porque eu estou sempre antecipando as palhaçadas que alguém pode vir a fazer. E eu mesma não estou livre de fazer palhaçadas, como já fiz. E ainda bem que alguém estava sobrealerta nesse dia.
Errar é parte na natureza humana, um dia todo mundo erra. Mas nos dias em que não estamos errando, porque não prestar atenção dobrada, pra compensar aqueles que por algum motivo, estão errando. E quando estivermos achando que merecemos um dia de relaxamento, vamos pensar que talvez porque todo mundo pensou isso ao mesmo tempo, centenas de pessoas foram para a cama sozinhas, sem um beijo de boa noite, sem uma história de dormir ou sem uma mensagem dizendo o quanto eram amadas.