Assassinato
Eu preciso matá-la.
Essa minha solidão, que me persegue por todas as ruas em que ando, por todas as esquinas em que passo, por todos os amores que sinto.
Já tentei fugir dela apenas mudando. Mudando a cor dos cabelos, das unhas, mudando de endereço, de cidade, de país, mudando a rota, mudando minha forma de amar. Mas ela muda também. Ela é tão mutante quanto eu, tão intensa quanto eu, tão forte quanto eu.
Eu preciso matá-la.
Eu preciso encontrar uma saída para essa dor. Uma janela por onde atirar minhas dores, minhas frustrações, minhas mágoas, minha solidão. Mas ela me persegue.
Eu preciso matá-la.
Talvez me persiga por estar dentro de mim. Entre os meus cabelos, sobre os meus ombros, dentro do meu umbigo, no fundo dos meus olhos, entre maus lábios.
Mas eu preciso matá-la.
Talvez ela seja apenas uma parte de mim, um órgão do meu corpo, não há meio de tirá-la do meu sistema.
Mas eu preciso matá-la.
Se não matar, ao menos calar.
Mas se não posso calar minha solidão, talvez deva apenas calar minha boca, com todas as juras de amor que ficaram por ser sussurradas, com todos os insultos que ficaram por ser gritados, com todas as mágoas que ficaram por ser descritas. Eu preciso matá-la, não sei como. Temo que ela me mate antes que eu descubra.
Essa minha solidão, que me persegue por todas as ruas em que ando, por todas as esquinas em que passo, por todos os amores que sinto.
Já tentei fugir dela apenas mudando. Mudando a cor dos cabelos, das unhas, mudando de endereço, de cidade, de país, mudando a rota, mudando minha forma de amar. Mas ela muda também. Ela é tão mutante quanto eu, tão intensa quanto eu, tão forte quanto eu.
Eu preciso matá-la.
Eu preciso encontrar uma saída para essa dor. Uma janela por onde atirar minhas dores, minhas frustrações, minhas mágoas, minha solidão. Mas ela me persegue.
Eu preciso matá-la.
Talvez me persiga por estar dentro de mim. Entre os meus cabelos, sobre os meus ombros, dentro do meu umbigo, no fundo dos meus olhos, entre maus lábios.
Mas eu preciso matá-la.
Talvez ela seja apenas uma parte de mim, um órgão do meu corpo, não há meio de tirá-la do meu sistema.
Mas eu preciso matá-la.
Se não matar, ao menos calar.
Mas se não posso calar minha solidão, talvez deva apenas calar minha boca, com todas as juras de amor que ficaram por ser sussurradas, com todos os insultos que ficaram por ser gritados, com todas as mágoas que ficaram por ser descritas. Eu preciso matá-la, não sei como. Temo que ela me mate antes que eu descubra.