quinta-feira, fevereiro 28, 2008

Amor (in)condicional

Dizem que eu sou um tanto altruísta. Coisas de leonino.
Eu gosto de ajudar pessoas. Eu acho muito bom o sentimento de que eu fiz a diferença para alguém, que eu proporcionei algo de positivo para alguém. Se esse alguém é um amigo, o sentimento se multiplica.
A minha oferta de ajuda aos meus amigos é geralmente incondicional, porque vem do amor. Na Grécia, havia diferentes palavras para amor, dependendo da forma de amor. Eros, por exemplo, definia o amor erótico (óbviamente), a paixão. Charitas definia o amor ao próximo, e dessa palavra veio a nossa caridade. Aliás, é interesasnte como as coisas mudam se a gente trocar a palavra caridade por amor. Caridade soa muito falso, muito fariseu. Ûma pessoa faz caridade para que seja conhecida como caridosa. É diferente de fazer algo por amor. Veja I Corintios 13, por exemplo. Ele fala em caridade, mas na verade ele fala de amor. Como Renato Russo cantou que sem amor, ele nada seria. Outro dia eu essa passagem da Bíblia em inglês, com a palavra love, e fez um mundo de diferença.
Voltando à vaca fria, a minha ajuda aos meus amigos, aos que eu amo, é incondicional. Eu acho que a partir do momento em que começo a impor algum tipo de condição, é porque o amor não é tão grande assim. E por que o amor passa a não ser tão grande? Porque tem coisas que eu não admito nos seres humanos.
Eu não admito preguiça em aprender. Me pedir porque é mais fácil que correr atrás, perguntar ao invés de tentar decifrar. Eu não admito porque geralmente quando alguém me pede ou pergunta algo do gênero, trata-se de algo que eu aprendi na raça, sem ninguém pra explicar. E eu não acredito que eu seja superior a ninguém nesse mundo. O que eu aprendi sozinha, outros podem. Eu não morri, me fortaleci, e desejo o mesmo para todo mundo.
Eu não admito burrice. Não ignorância, mas burrice. O ignorante desconhece fatos, por falta de oportunidade. O burro é burro mesmo. Faz as coisas sem pensar, não vê que dois mais dois são quatro. É burro e não merece consideração. Não tem nada que eu despreze mais do que um burro tentando pedir ajuda pra consertar uma cagada feita por falta de noções básicas de leis de física ou matemática. Se você sabe que dois e dois são quatro, e se você sabe que você não quer quatro, não junte a bosta do dois com o caralho do dois, senão você termina com a merda do quatro na sua frente. Mas tem gente que não sabe que dois e dois são quatro. A esses eu não tenho problema algum em explicar o porque da merda do quatro ter acontecido e em ajudar a evitar futuros quatros.
Eu provavelmente tenho que trabalhar no amar meu próximo como a mim mesma. Ou talvez não. Porque eu me amo e me admiro pelo o que eu sou batalhadora, safa e não me deixo ser pega desprevinida. Então, no fim das contas eu acho que devo seguir o mandamento e amar o próximo como a mim mesma, como eu mesma.
© 2006 Neurótica