quarta-feira, janeiro 10, 2007

Acredite sempre

Minha mãe sempre me disse que quando fosse hora de eu escolher a minha carreira eu deveria escolher algo que eu gostasse de fazer. Porque eu sempre exerceria um bom trabalho se fizesse algo de que gostasse, em que acreditasse.
Pois bem. Acabo de voltar de "férias" de duas semanas. E estou profundamente cansada do meu emprego.
Coloquemos assim:
A família do meu pai é da Bahia. O meu avô paterno tinha um pé bem colocado na senzala. Na minha árvore genealógica apenas a família da minha avó materna é branca. O resto vem tudo dos fundos. E eu amo muito tudo isso.
Quando pequena eu até sentia uma certe dificuldade em me aceitar de origem negra. Sendo criada em Curitiba, cheia de alemães e italianos por todos os lados, eu sempre fui uma coisa extremamente diferente, e criança não quer ser diferente.
Cresci, tomei tenência e descobri que o negro é lindo. Eu sou linda, minha cor é linda e eu adoro meu negão.
Pois bem. Aqui estou, num país estrangeiro (apesar de absolutamente amar a minha Pátria Brasil) e me encontro trabalhando com uma pessoa que se pudesse eu acho que até reviveria a Klu Klux Klan. Aliás, de acordo com o artigo que eu acabo de ler, ele realmente é membro ativo de uma organização que poderia ser classificada como uma Neo Klan.
E todos os dias eu ajudo na organização de eventos ou reuniões desses filhos da puta. A festa de natal foi um sucesso! E no ano passado, quando eu não sabia direito o que se passava eu inclusive participei de cerimônias desses pulhas.
Aí eu pergunto, dá prá ser feliz quando você sabe que você tá trabalhando pra um filho da puta que deve pensar que eu seria uma escravinha muito arredia e que ganha dinheiro à base de roubar e mentir pra milhares de pessoas?
© 2006 Neurótica