sábado, fevereiro 17, 2007

Eu não sei mentir direito

Nem pra mim mesma.

Não é que eu tenha dois namorados. É que meus relacionamentos sempre tendem a ser um tanto difíceis, e por opção nossa ou por piada de mal gosto do destino, eu e ele moramos em extremos opostos. O que, infelizmente, não me faz menos doida por ele.

Mas aí, tem o outro. Que mora aqui do lado, que me leva pra comer panquecas quando me bate aquela vontade louca, que me chama de asshole e de linda num intervalo de um minuto, que me faz rir, que me faz sentir segura a maior parte do tempo.

Mas nenhum deles me faz sentir segura o tempo todo. Porque pra fazer isso, só sendo super homem. E eu ia acabar ficando com o Clark Kent, porque essas coisas de perfeição sempre soam muito chatas pra mim...

Enfim, depois de dois meses ele vem pra me me ver. A angústia é não saber se digo a ele que o amo ou se digo que não suporto mais esse amor.

E tem o outro. A angústia é não saber se digo a ele que o quero só pra mim ou se deixo o dito pelo não dito. Talvez o eco das palavras não ditas não o faça entender o quanto eu o quero e o quanto eu quero ser só dele.

Mas há que haver conscenso. Entre três partes.

Talvez eu já não queira mais tomar parte nisso.
Tlavez deva me colocar à parte.
Quem sabe meu coração se parte.
Ou então ele cansa e parte. Prá Passárgada, quem sabe...
© 2006 Neurótica