sábado, maio 21, 2005

Faça-se a luz

No princípio era verbo. E aqui continuará sendo. No máximo vou admitir substantivos, pronomes, adjetivos (muitos, muitos adjetivos), e uns poucos advérbios. Poucos porque desses eu nunca gostei, nunca fui íntima.
Aliás, falando-se em classes gramaticais, vale citar mais uma: interjeições. Amo interjeições. São palavras perigosas, devem ser muito bem empregadas. Afinal elas têm o poder de abrir ou fechar uma frase com chave de ouro, se bem empregadas, ou então arruinar um pensamento que poderia até ter feito sentido, se colocadas apenas para fazer graça.
Dentro das interjeições há uma subclasse que muito aprecio: os palavrões. Mas calma, nada de banalização. Sair por aí gritando piiiiiiiiiii que o pariu, ou vai tomar no piiiiiiiiiiiiiii não tem nada a ver. Mas também nao tem nada a ver bater o pé na quina da cama e gritar PIIIIIIIIIIIIIII, QUE DOR DO CARAPIIIIIIIIIIIIIIIIII. Por favor sejamos sensatos. Nesse caso palavrões são muito bem empregados e muito expressivos, não deixarão dúvidas sobre a gravidade da situação vivida ou da dor sentida.
Além das interjeições, adoro os adjetivos. Linda, maluca, maravilhosa, palhaça, gorda (ops, esse acho que dispenso...), alta, sofisticada, estabanada, desastrada, esquecida, chata, feia, presunçosa, metida, antipática, enfim, todas essas palavras maravilhosas que permitem nos descrever. É, todos esses adjetivos já foram utilizados algum dia, por tercieros, para me definir. E eu gosto de cada um deles exatamente porque são "eu". Mesmo esses menos lisonjeiros. Eu sou do time "falem mal mas falem de mim", afinal de contas, é ótimo saber que eu tenho uma presença tão impactante que se as pessoas não se admiram com tamanha grandeza e modéstia, se incomodam com tamanha grandeza e falta de modéstia...
Enfim, que esse seja um espaço de palavras. Preferencialmente palavras que exprimam idéias interessantes e que POR FAVOR, façam algum sentido. Se isso não for exigir um pouco demais de mim mesma...
© 2006 Neurótica